Décimas, poetas e decimeiros da Igrejinha

Décimas, poetas e decimeiros da Igrejinha

Município de Arraiolos cria um Repositório da Memória desta prática cultural

O Município de Arraiolos passou a dispor do Repositório da Memória das Décimas e Decimeiros de Igrejinha, com vista à valorização desta prática cultural, ainda viva, no concelho.
A plataforma online www.poetasigrejinha.pt, surge depois da publicação do livro do investigador do CIDEHUS/Universidade de Évora, Florêncio Cacête que reuniu um vasto conjunto de décimas, desde 1972, de diferentes poetas/decimeiros da freguesia de Igrejinha.

Este Repositório da Memória estará em atualização permanente e visa congregar as décimas escritas e ditas ao longo do tempo à Senhora da Consolação, bem como valorizar os seus autores e dizedores e as Festas em si.

Esta plataforma arranca com os decimeiros que deram corpo ao livro, recentemente editado pelo Município e Edições Colibri e está agora pronta para receber outras décimas de outros poetas que lhe cheguem pelos próprios ou seus familiares, bem como registos fotográficos de diferentes épocas.

O projeto nasce da necessidade de valorizar uma herança imaterial que, apesar da sua importância histórica e identitária, é necessário garantir que não se perca no tempo. O repositório digital reunirá, assim, transcrições de versos, fotografias e testemunhos de praticantes (poetas) , tornando-se uma ferramenta fundamental para o estudo, a partilha e a fruição desta tradição.

Mais do que arquivar documentos, a plataforma procura dar visibilidade a uma forma artística que combina fé, criatividade popular e sentido comunitário.
A digitalização deste património contribui não só para a sua salvaguarda, mas também para aproximar novas gerações de uma prática que continua a emocionar quem a vive. O acesso online permitirá que investigadores, curiosos e membros da comunidade descubram ou revisitem um repertório que, até agora, estava sobretudo circunscrito ao espaço local.

Com esta iniciativa, a memória deixa de estar confinada a registos dispersos ou a lembranças individuais: passa a existir um espaço vivo e dinâmico, onde passado e presente se encontram,assegurando a continuidade de uma tradição que é tanto cultural como afetiva.